23 Fev O vazio que vive em mim…
O vazio instala-se sem me avisar. E aquilo que gostava já não gosto, o que me faz rir já não me diverte, eu olho para o espelho e não me conheço. Algures perdi-me ou abandonei-me e não sei o caminho onde me encontrar.
Acontecimentos dolorosos como a perda, o luto, uma separação, criam tristeza naquele que os vivencia. E assim, como num ferimento corporal, que passa por diferentes fases de cura (inflamação, regeneração e reparação) o “ferimento emocional” também necessita de um tempo de cicatrização. Nesse período a tristeza surge como um sintoma, mas que com o processo de cura se vai esbatendo. No entanto quando o processo de cicatrização não é bem-sucedido, e os sintomas persistem, outros se vão desencadeando e surge a doença. A esta podemos designar como Depressão.
Assim, é importante identificarmos sintomas comuns na depressão:
- Tristeza prolongada;
- Desinteresse nas tarefas do quotidiano, mesmo as que lhe davam prazer anteriormente;
- Sentir o vazio, sem esperança;
- Auto desvalorização;
- Presença constante de pensamentos negativos.
- Fadiga crónica;
- Insónias ou hipersónia (dormir em demasia);
- Variações abruptas de peso;
- Alterações ao nível da cognição (memória, concentração e raciocínio).
A depressão carece de intervenção. Esta passa por aliar a psicoterapia a outras terapias tais como a psicofarmacologia. O psicólogo é um profissional de saúde mental, habilitado no diagnóstico e intervenção de perturbações mentais. Ele ajuda a pessoa que sofre com estas condições e a entender as raízes e origens do problema. Orienta o paciente em busca de alternativas para amenizar o sentimento de dor, tristeza entre outros. O objetivo é sempre auxiliar quem precisa de ajuda a viver de uma forma mais plena e feliz.
Assim como a doença física requer tratamento, a saúde mental também não deve se descurada. A depressão não é uma doença visível, mas os seus sintomas são bem reais e incapacitantes para quem padece desta perturbação. Procurar ajuda especializada é a antítese da fraqueza, é sim um ato de coragem e inteligência.
Dra. Andreia Rodrigues
Psicologia Clínica| Heurística – Centro de Psicologia e Educação