Consultar um terapeuta da fala… Qual a altura certa?

Nos dias de hoje, ainda existe o “mito” que a intervenção do Terapeuta da Fala deve ser só a partir dos 3 anos de idade e que só se aplica às crianças que falam. Negativo! A intervenção precoce é extremamente importante para a criança, ajudando-a a desenvolver as habilidades de comunicação necessárias para o sucesso futuro na sua vida académica e pessoal.

O desenvolvimento da comunicação e linguagem é, muitas vezes, uma área de preocupação para os pais. Muitos questionam se o seu filho está a ter um desenvolvimento normal, pois o seu filho aos 2 anos de idade ainda não fala, porque gagueja, troca os sons das palavras, a fala não é percetível, e os outros filhos tiveram um desenvolvimento diferente. É importante salientar que cada criança tem o seu ritmo de aprendizagem. No entanto, é fundamental que os pais estejam atentos a um conjunto de sinais de alerta ao longo do desenvolvimento da criança.

Alguns sinais de alerta que podem indicar a necessidade de uma avaliação especializada e/ou intervenção em Terapia da Fala são, nomeadamente:

 

Dos 0-12 meses:

– Não reage a sons;

– Não sorri;

– Não estabelece contacto ocular.

– Não emite sons (e.g “mamama” ou “bababa”);

– Não reage ao seu nome;

– Não reage a sons familiares.

 

Dos 12-24 meses:

– Não brinca;

– Não produz monossílabos;

– Não reage ao interlocutor, olhando ou sorrindo quando brinca com ele;

– Não recorre à imitação;

– Não compreende instruções simples;

– Apresenta um vocabulário reduzido (entre 4 a 6 palavras);

– Não diz palavras simples.

 

Dos 2-4 anos:

– Apresenta um vocabulário reduzido (inferior a 200 palavras);

– Não questiona;

– Não constrói uma frase com duas ou mais palavras;

– Tem dificuldade em imitar gestos simples associados a canções infantis;

– Recorre mais a gestos do que a palavras para comunicar;

– O padrão de fala é pouco inteligível aos interlocutores da criança (pais e o adulto estranho);

– Não produz frases simples;

– Utiliza frequentemente palavras do tipo “isto” e/ou “coisa” em vez da nomeação correta;

– Revela dificuldade em compreender ordens simples, a não ser que sejam ditas de forma adaptada (muito lentamente e/ou acompanhadas por pistas visuais – gestos, apontar, olhar).

 

Dos 4-6 anos:

– Omite e/ou troca sons nas palavras;

– Dificuldade em iniciar ou repetir uma palavra, parecendo gaguejar;

– Dificuldade para contar uma história e/ou para descrever acontecimentos simples, da rotina diária;

– Dificuldade em cumprir duas instruções simples;

– Dificuldade em falar ou responder a questões relacionadas com o “ontem” ou o “amanhã”;

– Mantém alterações na articulação correta das palavras;

– Utiliza frases mal estruturadas;

– Discurso incoerente, desorganizado e desadequado à questão que lhe é colocada;

– Dificuldade em manter e explorar um determinado tópico de conversa, com princípio, meio e fim;

– Não consegue dividir as palavras em sílabas e as sílabas em fonemas;

– Dificuldade em discriminar os sons da fala, ou seja, quando ouve “bota” e “mota”, a criança não identifica diferenças nas palavras.

 

Se observar alguns destes sinais de alerta procure um Terapeuta da Fala. Conheça outros sinais, possíveis diagnósticos envolvidos e tire as suas dúvidas. Nós podemos ajudar. Contacte-nos!

 

Glória Monteiro
Terapia da Fala | HEURÍSTICA – Centro de Psicologia e Educação